MARATONA INTERNACIONAL MAURÍCIO DE NASSAU 2010: MINHA ESTREIA NOS 42 km

SÁBADO, 14 DE NOVEMBRO

Por aqui, a história dessa Maratona não começou com o tiro de largada. A festa se iniciou bem antes, no sábado, na entrega dos kits e na confraternização dos corredores. Numa grande coincidência, cheguei ao local de entrega dos kits e encontrei a ACORJA reunida com Tinil, um representante BALEIAS. O negócio foi tão agitado que “tietamos” até o Coordenador Executivo do evento, Sérgio Murilo, e algumas celebridades do mundo que corre, como a maratonista paranaense Edna Lúcia Martins e o pernambucano bicampeão da São Silvestre José João da Silva.

Na sede da Faculdade Maurício de Nassau, local da entrega dos kits, a ACORJA já começou a entrar no clima da corrida.

José João da Silva, bicampeão da Corrida de São Silvestre, e Gilmar.

 Sérgio Murilo, organizador do evento, Edna Martis, Maratonista paranaense, e Francisco Acioly, do Bureau Jurídico.

Gilmar ACORJA e Tinil BALEIAS.

Gilmar e a maratonista Edna Martins.

Depois das fotos, dos beijos e dos abraços, chegou a hora de pegar o kit, que foi bem generoso: camisa dryfit, filtro solar e talco para os pés. Os corredores se sentiram prestigiados com os mimos oferecidos e prometeram utilizar bem os produtos.

O destaque foi mesmo para as acorjianas Pâmela e Juliana que, de forma inusitada, foram surpreendidas e inscritas na elite feminina, com direito a número personalizado e todas as regalias dos que largam na frente. Elas merecem, pois todos nós sabemos que elas tem potencial para mudar a história da 1ª Maratona Internacional Maurício de Nassau.

Juliana Job ACORJA segurando o número de peito personalizado. Que luxo!

Seguramente, Maurício de Nassau não foi um grande corredor do Século XVII, mas podemos afirmar que o cenário percorrido durante a maratona é, em parte, fruto de suas ações durante os anos de 1637 até 1644. Edificou o Palácio de Friburgo, também conhecido como Palácio das Torres, e ao seu redor construiu viveiros de peixes, um jardim botânico e um zoológico. Sua residência estava localizada na região hoje ocupada pelo Palácio do Campo das Princesas (Sede oficial do Governo do Estado de Pernambuco), o Teatro Santa Isabel e a Praça da República. Nassau também ergueu o Palácio da Boa Vista como sua residência privada. Hoje, no local, existe o Convento do Carmo. A administração do Conde Maurício de Nassau ficou fortemente marcada pela construção de centros urbanos, de canais para evitar inundações, pontes, escolas, teatros, hospitais, asilos, estradas e fortes. Fundou uma imprensa, criou bibliotecas, museus e um observatório astronômico, transformando assim o Recife, de pequeno povoado de pescadores, numa cidade muito desenvolvida para a época. Assim, o nome e o percurso dessa maratona não deixam de ser uma homenagem ao Conde Maurício de Nassau, militar que deixou como herança o gosto pela cultura a essa terra outrora colônia.


DOMINGO, 15 DE NOVEMBRO

Este talvez tenha sido o dia mais esperado do ano para os amantes das corridas de rua aqui do Recife. Enfim, uma maratona! E ainda internacional? Com 200 mil Reais em prêmio? É demais!

Particularmente, seria a minha estreia em maratonas. Às vezes, tinha a impressão de que isso seria impossível. Mas, diante de tanto estímulo por parte dos amigos acorjianos, fiz minha inscrição para os 42 km e escutei atentamente as orientações e experiências de todos.

Cheguei cedo ao Marco Zero e já comecei a fazer as minhas fotos. Dessa forma, registrei muita gente bonita e simpática, como Graça Araújo e as Irmãs Mônica e Mariana Cordeiro, além de personalidades importantes do pedestrianismo nacional, como o mineiro Frank Caldeira.

Finalmente, conheci as Irmãs Cordeiro. A direita, a jornalista Graça Araújo

Frank Caldeira CRUZEIRO e Gilmar ACORJA.

O aquecimento de Pâmela ACORJA foi ao ritmo de frevo. 

Juliana ACORJA também frevou na chegada ao Marco Zero.

Ôpa! Tênis novo?



A característica de Isabela Cunha é uma corrida progressiva. Começa devagarzinho...

  


... e depois vira uma super-corredora! Difícil é acompanhá-la nos últimos quilômetros.



Egnaldo silva, grande corredor e amigo, e Cristiano, integrante da Equipicanha para a Ultramaratona Natal-Recife (300km).



Juliana Job com os seus amigos cearences. Destaque para Cícero (a direita), patrocinado pela Fundação SOS Chapada do Araripe.

Lula Holanda, Enildo, Pâmela, Ricardo e Chefe. Este último é corredor de rua lá em Orobó e veio prestigiar a maratona.

Edna Martins e Isabela Cunha, em frente ao prédio da Associação Comercial de Pernambuco.



No alto do prédio da Associação Comercial de Pernambuco, detalhe da estátua de Mercúrio, deus da venda, lucro e comércio, segundo a mitologia romana. Associado ao deus Grego Hermes, era o protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito rápido, era o mensageiro. Muito rápido? Seria um presságio para os corredores?

Gilmar e Anízio fazendo trelas fotográficas.



Tradicional foto da ACORJA  e amigos corredores antes da largada.



Instantes finais da concentração de Pâmela ACORJA para a Maratona Maurício de Nassau.


Dada a largada pontualmente às 7 horas, a ACORJA seguiu em bloco e no mesmo ritmo até os dez primeiros quilômetros, na Praça de Boa Viagem. Depois, fiquei na companhia de Isabela Cunha e Ricardo Galinho até o quilômetro 21, quando imprimi um ritmo um pouco mais forte.

Chegando próximo a Avenida Cruz Cabugá, encontramos Frank Caldeira voltando e liderando a prova a pleno vapor, deixando todos os adversários comendo poeira. Ganhou e finalizou a maratona em 2h 21min 36seg.

Frank Caldeira cruzando a linha de chegada (Foto: Ana Carolina)

Já em Olinda, depois do retorno, no quilômetro 32, havia um posto de água e isotônico. Ali, reencontrei Isabela, Ricardo Welington Flor e Anízio (Corredor Endorfinado). Aumentei um pouco o meu ritmo, mas só consegui ampliar a intensidade das fortes dores que eu sentia em toda a musculatura da coxa, principalmente a parte anterior. O bíceps crural parecia que estava dentro de uma máquina de moer carne. Nesse momento, o tempo parcialmente nublado desapareceu e deu lugar a um sol responsável por impiedosos 32°C. Imaginem a temperatura do asfalto? Para minha sorte, Júlio Cordeiro se aproximou e me "rebocou" até o quilômetro 38, nas proximidades do Shopping Tacaruna. Depois, fui ficando para trás a ponto de não enxergar mais ninguém na minha frente. Fiquei sozinho durante os últimos quilômetros, principalmente no longo trecho da Rua da Aurora.

Adiante, quando estou contornando o Teatro de Santa Isabel, vejo o amigo Paulo Sobral no último apoio com água (na cabeça), isotônico e rapadura. Melhor do que a água foi escutar dele que agora faltava muito pouco. Utilizei a cabeça a meu favor, pois o corpo já tinha mandado parar há muito tempo, e busquei uma força interior para não desistir. Nessa hora pensei em muita gente...

Percorri a Avenida Rio Branco no limite das minhas forças e cruzei a linha de chegada em 04:12:29.

Pâmela ACORJA

Juliana Job ACORJA



Lula Holanda ACORJA fortemente aplaudido por sua excelente performance (03:53)



Laura e Egnaldo

Júlio Cordeiro ACORJA finalizando a maratona ao lado de seus filhos e irmãs.

Gilmar ACORJA concluindo a sua primeira maratona.

Laura, a medalha (suada!) e o papai Gilmar.

Gilmar e Lula Holanda, Presidente da ACORJA.

Gilmar, Evandro e Lula



As inseparáveis amigas Laurinha e Joaninha brincando durante a Maratona Maurício de Nassau.

Para aqueles que ainda não fizeram uma maratona é bom saber que o maior inimigo não é sol, o asfalto quente nem as dores, mas sim a cabeça. São muitos os motivos para desistir e a gente fica sempre se perguntando “o que é que eu estou fazendo aqui?” Trinta minutos depois da chegada a gente também fica se perguntando quando será a próxima maratona. Vai entender?
Preciso agradecer a uma “ruma” de gente: agradecimentos especiais a todos os atletas da ACORJA que correram comigo durante os longões de sábado. Ao Presidente Lula que não deixa ninguém desanimar e elaborou toda uma estratégia para finalizarmos a prova, além da forma carinhosa com que nos trata. Paulo Sobral, que não correu este ano, mas foi o grande protagonista desse dia, nos apoiando em pontos estratégicos durante o percurso de uma forma muito eficiente. Paulo, parabéns pelo seu desprendimento, adorei ser coadjuvante! Ao trio Pâmela, Juliana e Isabela, amigas corredoras que eu passei a admirar ainda mais, exemplos de garra e determinação. A Ricardo Galinho pelos valiosos conselhos, a Almir pelo bom-humor durante o percurso, a Júlio Cordeiro pelo reboque e a Henrique pela companhia na chegada a Olinda. A Evandro Alemão, que correu e também nos deu um apoio com um “staff particular” com água de coco e Coca-cola, era só escolher. Por fim, gostaria de expressar a minha felicidade maior em ver minha esposa, Ana Carolina, e minha filha, Laura, na linha de chegada. Eu sabia que elas estavam lá, orgulhosas do marido e pai corredor, e eu não podia decepcioná-las.

Acho que essa prova tem potencial para ser a maior competição de rua do nordeste. Foi bem organizada, com largada na hora certa, bastante água, percurso bem isolado, um staff simpático e eficiente, excelente premiação, bonita medalha e um lindo percurso. Penso que no próximo ano ela poderia ter a largada da maratona às 6 horas da manhã. Fica a sugestão. No mais, parabéns a Sérgio Murilo e a Henrique Figueira por organizarem a MARATONA INTERNACIONAL MAURÍCIO DE NASSAU, vocês capricharam!

Abaixo, a foto da linda medalha de participação.