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domingo, 26 de agosto de 2012

JÚLIO CORDEIRO E A MULHER DO PADRE


Em 2011, no dia da MARATONA MAURÍCIO DE NASSAU, aqui em Recife (PE), Júlio Cordeiro apareceu para correr de sapato social e deixou todo mundo tenso.

Júlio Cordeiro (ACORJA)
Ele anunciou que faria a maluquice de completar os 42 quilômetros calçado com sapatos de couro. Na época, eu estava curando uma lesão e não poderia correr a maratona, mas fiquei apreensivo, com medo que ele se machucasse. Os outros acorjeanos estavam preocupados em não perder para Júlio, pois não queriam virar a mulher do padre. MULHER DO PADRE é sinônimo de retardatário, aquele que chegou por último.

Quem vai ser a "Mulher do Padre" ?
Então, corram e não inventem desculpas. Júlio Cordeiro já renovou o desafio de correr de sapato social a edição 2012 da Maratona Maurício de Nassau (30 de setembro) e não vai perdoar quem cruzar a linha de chegada depois dele.

Será que teremos muitas mulheres do padre esse ano?

A ACORJA está em polvorosa!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

K42 BOMBINHAS: UMA CORRIDA EMOCIONANTE


O vício de correr já está entranhado nesse corpo desde a minha adolescência. 

Quando tinha 15 anos, corria por estradas rurais e enfrentava qualquer desafio, até cachorro brabo. Com essa idade não existiam as dores e, consequentemente, também não havia limites. Às vezes, pegava atalhos por dentro das plantações de milho, subia ladeiras quilométricas, cruzava pequenos riachos e corria feito um alucinado por pequenos povoados rurais. Imagino que naquela época isso deveria ser bem inusitado.

Estamos falando de dezembro de 1985, quando eu descobri que existiam tênis específicos para corrida. Troquei o meu tênis Montreal pela primeira versão do Nike Pegasus. Quem viveu nos anos 80, vai lembrar desses tênis. 

Quando Lula me disse que iria participar da maratona de montanhas K42 BOMBINHAS, em Santa Catarina, eu expressei fortemente a minha vontade de ir.

Os meus olhos certamente brilharam...

Seria a minha oportunidade de voltar ao passado e de me emocionar correndo.

Como eu desejava correr a K42 Bombinhas...

Desejo realizado!

Junto com a ACORJA, embarquei para Santa Catarina com a vontade de fazer uma corrida perfeita, curtindo as paisagens e redescobrindo a capacidade de superar obstáculos de forma sistemática.
ACORJA na Pousada Vila Farol, Bombinhas (SC)
Na pousada Vila Farol (Bombinhas-SC), logo na chegada, Juan Carlos Asef (o organizador da prova) fez uma calorosa recepção a ACORJA. Nos cumprimentou e convidou Lula para a coletiva de imprensa que aconteceria logo mais à tarde.
Juan Carlos Asef, organizador da K42, e Lula Holanda, Presidente da ACORJA.
Antes de falar da corrida, gostaria de dizer que essa viagem também nos proporcionou momentos de integração e muita felicidade a partir de coisas muito simples. Na tarde da sexta feira, fomos ao supermercado e compramos pão, queijo, leite, suco e refrigerante. Ficamos boa parte da tarde jogando conversa fora no apartamento de Pâmela e Almir e beliscando. O gosto do pão francês quentinho ainda está na minha boca e a lembrança das risadas de Almir ainda ecoam na minha cabeça. Foi muito divertido.

No dia seguinte, a largada da K42 aconteceu às 8h. No início da prova, tive o prazer de correr na companhia da amiga Elis Carvalho (Diário de uma Corredora) e do grande e experiente corredor de montanhas George Volpão (A Vida nas Montanhas). Isso me deu um gás extraordinário, pois iniciei a corrida muito relaxado, aquecendo as articulações e esperando o momento certo para acelerar.

Um pouco depois do quilometro 06, existe uma ladeira de aproximadamente 1.500m que o corredor deveria respeitar sob pena de não concluir a prova. Esse era o temido Morro da Antena. Andar nessa subida foi uma estratégia mental já estabelecida desde que li o relato do George Volpão sobre a K42 Bombinhas 2011.

Sabia exatamente o que estava fazendo. Lembrei das várias vezes que conversei com Severino Henqrique e de suas dicas de como correr nesse tipo de prova.

O final dessa ladeira coincidia com o início da trilha pela floresta, e aí voltamos a correr mais forte. Mesmo sem chover, a trilha estava escorregadia e com bastante lama, dificultando o estabelecimento de um ritmo, provocando certa tensão entre os corredores. Particularmente, sentia-me em casa, pois aquele cenário não poderia ser mais familiar. Parecia com as florestas que eu costumava visitar para observar aves, com trilhas cheias de barro e muitas ladeiras. Isso me ajudou a perceber e a decidir rapidamente onde pisar. Mas é necessário redobrar o cuidado, pois os músculos começam a sentir a pressão e qualquer deslize pode comprometer a sua diversão.

Quem acompanha esse blog sabe que eu comprei um tênis Salomon SpeedCross 3 especialmente para correr em Bombinhas, para enfrentar as trilhas com mais segurança. Para isso ele é perfeito. Mas, diante da insegurança de não ter feito nenhum longão de 30 km com ele e da previsão do tempo apresentar zero % de chuva para o fim de semana, decidi correr com um Nike Vomero bem velhinho. Perfeito!

Entretanto, se tivesse chovido, teria me arrependido mortalmente de ter deixado o SpeedCross em casa.

No km 16, quando a floresta acabou, chegamos à Praia de Zimbros. Com a maré baixa, foi possível estabelecer um excelente ritmo até o posto de hidratação que ficava exatamente no km 21. O próximo posto de água seria dali a 5 km. Fica a dica, a partir daí, leve um ou dois copos de água para enfrentar a trilha que dá acesso à Praia da Tainha. Tem uma subida que coloca a confiança do corredor em xeque.

Nesse momento, assim como a Elis, só pensava em uma coca-cola gelada. Sem chances, não existia uma única birosca nesse trecho.

Saímos da trilha e chegamos a Praia do Mariscal. Nesse trecho, alternei corrida e caminhada, preservando as pernas para enfrentar uma ladeira no km 31, quando a areia daria lugar ao asfalto. Isso também fazia parte dos meus planos para vencer o percurso. 

O mapa da corrida estava todo na minha cabeça.

Nesse trecho, encontrei duas mocinhas entregando um cubinho de gelo para cada corredor que passava. Um gesto comovente e digno de aplausos. Isso deu uma revigorada no espírito. Parecia o Popeye comendo espinafre.

Desci a próxima ladeira desembestado, entrei em uma área urbanizada e encontrei um posto com água, isotônico e frutas. Um verdadeiro oásis... Melancia doce e gelada...

Na Praia de Quatro Ilhas, foi possível encontrar corredores nos dois sentido, pois ainda tínhamos que escalar mais um morro ante de seguir na direção de Bombinhas. O final desse trecho de Praia era exatamente na entrada de um camping, com uma ladeira dos infernos que nos levaria mais uma vez para a floresta

Quando a paisagem finalmente se abriu, avistamos um lindo costão rochoso. Agora, essa parte da prova exigiria muita concentração, não daria apenas para reagir. Pensar onde colocar o pé era quase um pré-requisito.

Depois, mais uma trilha para utilizar as quatro patas, curtas praias com rochas e já dava para avistar a Pousada Vila Farol, local de chegada. Cruzei o pórtico bem sério, concentrado e emocionado

De fato, a K42 foi uma corrida diferente, na qual o maior desafio foi vencer os meus limites.

Ainda sonhado com a coca-cola gelada, peguei minha medalha, tomei uns seis copos de maltodextrina e fui cumprimentar os amigos.


Antes de apresentar o resultado final, gostaria de destacar algumas pérolas resgatadas da correspondência secreta da ACORJA sobre a nossa preparação/participação na K42.

Amigos,
A previsão do tempo e o horário da maré estão do nosso lado:
Sol com muitas nuvens durante o dia e períodos de céu nublado.
Temperatura média de 20º dia e 15º noite;
Probabilidade de chuva: zero
Horário da maré baixa (-0,1): 10:40, ou seja, quando estivermos correndo na praia poderemos fugir da areia fofa. Agora é só correr e ser feliz!
Gilmar

Show!
Vovó previu essa temperatura e por isso me deixou ir!! kkkk!!
Paulo Sobral

Tudo está perfeito, menos o ex mago véi que vos fala...
Comecei o regime, mas não tive tempo para treinar.
Tô me sentindo muito pesado...
Acho que vou ficar só na torcida.
Parabéns, Almir. Acho que vai ser WxO
Júlio Cordeiro

Kkkkkk...
Desde que você pague a aposta está tudo certo...
A turma da tesoura já tá com a boca seca, esperando esse gatorade espumoso...
Come essa sugesta não, viu Almir!!!
Boa viagem e boa prova a todos, divirtam-se muito!!
Emerson Barbosa

Que marmota da murrinha, tu tá querendo pegar Almir desprevenido é?
Esse matuto “véi” tá aprontado alguma.
Quem vai ficar na torcida sou eu, vocês (principalmente o “mago véi”) vão correr e muito.
Por fim, na Acorja não existe WO, é correr pra se lascar e escapar da resenha de Almir.
Tô torcendo por vocês,
Hélder Zambetinha


Almir, “mermão”... cuidado com o “Mago véi do buchim”, esse matuto é estrategista, deve tá preparando qualquer coisa, menos desistir do embate!
Fique firme aí nessas suas canelas de sabiá que eu estou no comando da banca de apostas, por isso a cerveja mais gelada é minha!
Quero vê a Acorja deixando todo mundo de boca aberta em Bombinhas, quero todo mundo nos chamando de loucos, sem entender de onde vem tanta audácia!
Juliana Job

    
Abaixo, segue o resultado da ACORJA na K42 Bombinhas:
1. Marcos Gelinho - 84° (04:43:12)
2. Edmilson Tartaruga - 123° (05:03:43 - 2º na faixa 54-59 anos)
3. Lula Holanda - 144° (05:14:07 - 3º na faixa 54-59 anos)
4. Gilmar Farias - 169° (05:24:34) 
5. Pamela Moura -179° (05:27:31) 
6. Júlio Cordeiro - 203° (05:39:12)
7. Almir Duarte -   214º (05:42:53)
8. Enildo Silva -     233° (05:47:26)
9. Paulo Sobral -   336° (06:44:44)
10. Severino Henrique - WO

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

K42 BOMBINHAS: UMA CORRIDA ESPECIAL


Para um corredor experiente, completar os 42 km de uma maratona não parece uma missão impossível. Entretanto, a maratona de montanha K42 BOMBINHAS, em Santa Catarina, é especial e não pode ser comparada a nenhuma experiência de corrida anterior. 

Para quem se aventura pela primeira vez nessa prova, o desafio é correr com a cabeça e repetindo o mantra: “Eu sou forte, eu vou conseguir!”.

Eu participei e terminei a prova em 05 horas e 24 minutos. 

Agora, sinto-me forte e confiante para qualquer desafio. 

Depois de certo tempo de corrida, o atleta é constantemente provocado pelo percurso a desistir. O corpo chega ao limite e você é desafiado a seguir por trilhas cada vez mais difíceis. Ladeiras exageradamente inclinadas, trilhas surpreendentes e cheias de lama por dentro da floresta, praias intermináveis e costões rochosos de arrepiar foram os cenários dessa maratona. 

Mas, com tantas dificuldades, por que uma corrida dessas deve ser considerada especial?

Quando consideramos algo especial é porque um sentimento foi despertado, uma coisa diferente chamou a nossa atenção. Terminar a K42 Bombinhas foi um desafio para marcar as nossas vidas. Ela deve ser considerada especial por que nunca sairá de nossas cabeças. Cada trilha vencida, cada aplauso recebido, cada copo de água tão aguardado, cada fatia de melancia degustada e todo o carinho e cuidado com o corredor serão lembranças eternas. 

Durante a reunião técnica, foi muito bom receber de Juan Carlos Asef, o organizador da prova, o título de maratonista, maluco e guerreiro. Juan, obrigado por tudo!

A K42 já pode ser considerada a melhor corrida da minha vida. 

Essa medalha já é a mais especial entre tantas que conquistei.

Recomendo!

Gilmar Farias
ACORJA - Recife / Pernambuco

sábado, 4 de agosto de 2012

BUSCANDO INSPIRAÇÃO PARA A K42 BOMBINHAS


Depois de ler o post CURTINDO A ANSIEDADE lá no blog da minha amiga Elis Carvalho (Diário de uma Corredora), fiquei pensando no que seria importante para alcançar a inspiração e a coragem necessária para enfrentar a K42 Bombinhas. Essa corrida de montanha realizada em Bombinhas, Santa Catarina, é considerada a maratona mais difícil do Brasil, exigindo do atleta a capacidade de correr em asfalto, trilhas, praias e costões durante muitas horas de competição.

Seguramente, a K42 é um grande desafio para se vencer com as pernas e com a cabeça.

No momento de enfrentar um grande desafio, pequenas coisas podem parecer menos importantes. Entretanto, em momentos extremos, esses pequenos detalhes podem tomar uma dimensão muito maior, potencializando a nossa capacidade de superação. 

Por exemplo, correr aos sábados com a ACORJA parece algo corriqueiro, sem muitas inovações. Contudo, percebemos a importância desse grupo de corrida quando ele apresenta a competência de se renovar a cada longão, sempre cheio de novidades.

A ACORJA não é mais do mesmo, é a inspiração para enfrentar a K42.

Só para ilustrar essa capacidade naturalmente construída da ACORJA, Lula Holanda chegou para o longão de 25km, lá na Mata de Brennand, estampando na sua camisa os seus mais recentes resultados em maratonas e ultramaratonas. Já imaginou fazer um longão olhando para a camisa do Lula Holanda estampada com os seus 154 km percorridos nas 24 Horas dos Fuzileiros Navais? 

Isso é pura inspiração!
























Natureza, amigos, obras de arte, belezas cênicas, florestas, riachos, ladeiras cheias de lama e ar fresco foram elementos comuns que nos ajudaram a realizar esse estratégico longão para enfrentar a K42. De quebra, ainda escutamos as espetaculares histórias de Júlio Cordeiro (veja o relato de Júlio no blog: Maratonista Pernambucano) e recebemos a presença de Rachel Bailarina e Fernando Ironman para engrossar o caldo do longão.  Amigos, sejam bem vindos à ACORJA!